Pioneer CDJ-400: com scratch, midi e USB, pra quê CDs?

pioneer cdj 400 Pioneer CDJ 400: com scratch, midi e USB, pra quê CDs?
E a Pioneer continua descendo a ladeira com lançamentos consecutivos. Depois do DJM-700 e do SVM-1000, chegou a vez do CDJ-400, que foi apresentado ao público semana passada, durante o evento BPM, na Inglaterra.

Basicamente uma evolução dos CDJ-100 e CDJ-200, desta vez o CD player da série econômica trouxe duas inovações à série: uma porta USB e um jog wheel com função de scratch. Apesar da alcunha “CDJ” no nome, o CDJ-400 se posiciona como “deck digital”. Ele pode ser espetado na USB de um computador e ser usado como controlador midi para o programa Pioneer DJS e o Serato Scratch Live, entre outros.
Continue lendo para saber mais, assistir a um vídeo do pessoal do site Skratchworx, ver fotos e uma rápida análise pra saber se a brincadeira vale à pena.
E o CDJ mais econômico encostou no mais caro
pioneer cdj400 topo Pioneer CDJ 400: com scratch, midi e USB, pra quê CDs?Pode parecer bobagem, mas adicionar capacidades de scratch em um CDJ econômico é um passo importante na indústria de equipamentos.
Em 2001, quando do surgimento do CDJ-1000, o aparelho assombrava com a capacidade de fazer scratches usando os tradicionais CDs. Era e sempre foi a assinatura do aparelho. Tivemos o CDJ-800, mas este não vingou, por ser apenas uma versão econômica com uma diferença de preço muito baixa ao ponto de não justificar.
Agora, ao ofecer scratch no modelo mais básico, a Pioneer vai forçar uma forte mudança no mercado de aparelhos de CD players para DJs. Graças aos simuladores de vinil e controladores midi e a mudança na forma de consumir música, o CD está agonizando, e é preciso oferecer mais recursos por um preço melhor para sobreviver.
A tendência é que agora função de scratch seja obrigatória em qualquer aparelho, além de oferecer portas USB, que fazem do CDJ um mero controlador quando utilizada.
A concorrência que se cuide. Como diria Jack, O Matador, “todo mundo aqui vai dançar”.
Neste momento, contudo, várias perguntas ficam sem resposta. O que vai acontecer com o CDJ-200? Ainda existe uma demanda fortíssima pelo CDJ-100, que por mais simples que seja, dá conta de boa parte do mercado. Afinal, se o negócio é realmente tocar CDs, o resto é apenas adicionais.
E aí que mora o perigo pra Pioneer. O CDJ-200 começa a ampliar sua base agora, com muitos descobrindo a maravilha que é tocar com um CD-R repleto de arquivos mp3, e acabando com o troca-troca de mídias, a coisa que mais irrita qualquer DJ — mesmo os mais ágeis, já habituados com a rotina de trocar de disco a cada música, quando se toca com vinil, usam de estratégias de organização de seus cases para não perderem mixes por não conseguir achar uma música específica.
Mas será que o danado é bom mesmo pra scratch?
Sem dúvida, o grande atrativo mesmo é a funcionalidade de scratch. O pessoal do Skratchworx (sempre eles) invadiu o stand da Pionner no evento BPM, e meteu a mão na massa pra ver se o deck é bom. Eles gravaram um vídeo rapidamente com as manobras mais tradicionais, e o resultado, você confere no vídeo ao lado, com comentários em inglês.
A moral da história: ele é realmente bom pra fazer scratches? Sim. Ele é. Mas com a velha ressalva de sempre: se o seu negócio é scratch mesmo, de verdade, o CDJ-400 é apenas mais um excelente brinquedo.
Com seu jog wheel muito pequeno, assim como em controladores midi e todas as outras tentativas, você pode fazer algumas manobras mais básicas, mas nada muito avançado. É difícil sair de um discão de vinil de 12 polegadas para meter a mão em um disquinho de plástico de poucas polegadas de largura, a agilidade não é a mesma, é preciso muita adaptação por parte do DJ.
Porém, se suas intenções nunca foram de tornar um DJ Q-Bert, pode cair dentro do CDJ-400 no que depender das capacidades de scratch. É realmente bem legal se considerarmos que este aparelho é voltado para orçamentos mais modestos que não podem encarar o já lendário CDJ-1000.
O veredito: vamos esperar pegar um em mãos pra ver, mas…
pioneer cdj400 pendrive Pioneer CDJ 400: com scratch, midi e USB, pra quê CDs?
Eu acredito que este modelo vai ser, assim como os simuladores de vinil, um aparelho ideal para a transição de quem não tem muita intimidade com tecnologia. O lance da porta USB parece apetitoso, mas só que é apenas um quebra galho pra tocar uma musiquinha ou outra. Se você quisesse fazer um set inteiro só com arquivos digitais, precisaria de dois pen-drives com as mesmas músicas em cada.
Tem que ter muito cuidado e fazer as contas antes de mais nada. Hoje um CDJ-200 sai na casa dos 1.200 reais, eu chuto que este CDJ-400 vá ficar na casa dos 1.500. Some um mixer básico como o Behringer VMX-300, cerca de 500 reais, e dois dois pen drives de 8 GB, de 200 reais cada, e chegamos a 3.900 reais. E sim, você ainda vai precisar de uma placa de som, pois pelo que eu entendi, este aparelho é apenas controlador, sem disponibilizar áudio.
Por esse preço você pode comprar um laptop de segunda mão com potência de sobra para rodar qualquer programa de DJing (basta ter 512 MB de RAM, 1GB sendo o ideal), e um M-Audio Xponent.
Enfim, o negócio é esperar pra ver. Eu acho legal o que a Pioneer vem fazendo, adotando midi de maneira sutil com todos os seus aparelhos atuais. Como eu sempre digo aqui, ela já está metida com o software, o Pioneer DVS, então falta apenas debutar no mercado de controladores. Porém, parece que está faltando algum pulo do gato. Vamos aguardar os novos tempos.
pioneer cdj400 perfil Pioneer CDJ 400: com scratch, midi e USB, pra quê CDs?
O CDJ-400 visto de perfil: design fiel aos modelos anteriores, mas ainda achamos o CDJ-200 mais bonitinho…
Para saber mais e conferir mais vídeos e fotos em alta resolução, acesse:
DJ Sounds – Site da Pioneer com demos e vídeos
Pioneer – Site oficial